É frequente ver notícias a respeito de pessoas que morreram durante o procedimento cirúrgico em que o propósito era a busca da beleza.
Uma busca interminável e cada dia mais frequente. Todos os dias surgem notícias de uma pessoa que sonha em ficar conhecida como o Ken humano ou como a Barbie, mulheres lindas porém insatisfeitas recorrendo ao uso exagerado de produtos como botox e tratamentos milagrosos em busca da autoimagem perfeita.
Faz algum tempo que temos perguntado aqui no blog, “quem é você de verdade” e talvez essa pergunta, agora, faça mais sentido ainda; todos os dias aumenta o número de pessoas com autoestima baixíssima, buscando se encaixar em algum grupo social.
A Marcella escreveu uma matéria para um outro site e lá ela falava sobre algo que podemos usar aqui: o âmbito da persona, cujo termo tem origem no teatro grego e são máscaras utilizadas para representar um papel. É através destas máscaras que satisfazemos nossas necessidades de adaptação interna e externa perante a um grupo. E conforme Sanford explica:
“O problema da persona surge quando nos identificamos demais com ela. Quando achamos que somos aquela persona que estamos vestindo, a persona está sendo mal empregada. (…)sua personalidade real fica oculta e elas ficam limitadas pelo papel representado pela persona. (…) A identificação com a persona leva ao artificialismo, falsidade e superficialismo da personalidade.”
Muitas vezes nos encontramos totalmente identificados com figuras populares buscando imitar, vestir as mesmas roupas, frequentar os mesmos lugares, seguindo um padrão ditado por uma sociedade que de certa maneira se encontra doente. Sendo assim, mais do que nunca a frase de Krishnamurti faz sentido:
“Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente”.
E você está sendo você mesmo ou apenas seguindo algo que falam para você que é bom?
Daniel Gomes
psicoterapeuta junguiano
daniel@conhecendojung.com.br
referencias
Sandford, John. Mal, o lado sombrio da realidade