O Medo que projetamos nos outros

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A projeção é um conceito importante dentro da psicologia junguiana, mas você sabe como ela influência seu dia a dia, e principalmente, sabe como o seus medos são influenciados por esse processo psicológico?

Bom vamos entender um pouco mais sobre esses medos que projetamos

 

Eu estava lendo um pouco sobre a dinâmica dos símbolos e me deparo com o seguinte exemplo: Uma mulher perde a aliança durante a faxina em casa
Nesta situação era explorado o medo que a esposa tinha sobre qual seria a reação do marido, mesmo ela sabendo que ele era um homem compreensivo. Durante uma conversa com uma amiga a respeito da perda, a duas levantaram a possibilidade de existir uma vontade de querer se separar ou renovar os votos de casamento com uma nova aliança.
É claro que podemos analisar esse exemplo de varias formas a partir da simbologia que envolve uma aliança de casamento, mas quero usar o exemplo para falar sobre a questão da projeção.
Em muitas ocasiões deixamos de falar, fazer, realizar e até mesmo de tomar decisões baseado-se em uma fantasia sobre as consequências ou sobre a atitude que outros envolvido possam vir a tomar. Por exemplo, vamos imaginar as situações abaixo:
Não vou falar da separação porque meu marido nunca irá aceitar.
Se eu contar para meu chefe sobre o erro que cometi ele irá brigar comigo. tenho certeza!
Não vou mudar de emprego, talvez eu possa ser mandado embora da outra empresa, ou talvez, eu não consiga dar conta de aprender algo novo.
Vou evitar me envolver com alguém, assim nunca serei deixado abandonado.
Todas essas situações podem apenas simbolizar a projeção de um medo inconsciente.Para entender um pouco melhor a questão da projeção vamos recorrer ao que diz Jung:

Projeção, significa transferir para o objeto um processo subjetivo. A projeção é, portanto, um processo de dissimilação em que é tirado do sujeito um conteúdo subjetivo e incorporado de certa forma ao objeto. Pela projeção o sujeito se livra de conteúdos penosos e incompatíveis, mas também de valores positivos que, por qualquer motivo, como, por exemplo, a autosubestima, são inacessíveis a ele.

Para ficar claro, quando Jung fala do objeto, devemos entender que ele está fazendo uma referência a uma pessoa ou a uma situação, ou seja, quando estamos projetando um processo subjetivo estamos transferindo uma ocorrência interna para o mundo externo. O mesmo também vale para as nossas qualidades inconscientes – na fala de Jung, inacessíveis – que são projetadas por não serem reconhecidas.

 

O que precisamos saber sobre as projeções, é que existe um potencial contido por trás destes conteúdos e quando entendemos, ou melhor, quando tomamos consciência do que estamos projetando nos outros ou em uma situação, podemos nos beneficiar de um potencial contido.
Então, faça esse pequeno exercício quando se encontrar em uma situação que não consegue lhe dar muito bem, reflita :
O que é meu mas está sendo projetado nesta situação ?
Que medo estou projetando no outro ?

Boa sorte e um grande abraço !

Daniel Gomes
psicoterapeuta junguiano
daniel@conhecendojung.com.br

referencias
JUNG, Carl Gustav. 2011b. Tipos psicológicos

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