Em busca da liberdade! Você está pronto para essa tarefa ?

A busca da liberdade é algo que faz parte da nossa vida desde a infância. Eu, por exemplo, acho que a primeira sensação de liberdade foi a de escolher o que queria comer, ganhei liberdade de comer cebola ou não, de comer feijão ou não… na minha ingenuidade infantil isso era libertador; em seguida pude escolher minha roupa, o que assistir, o que comprar e assim por diante.
Depois crescemos, e a grande meta da adolescência é a conquista da carta de motorista, mais um marco na liberdade de ir e vim sem depender das caronas. Enfim, a cada momento da vida vamos querendo muito mais, e claro, passamos a acreditar que sem determinadas coisas não somos livres.
Agora, quando chegamos na vida adulta, tudo muda. O que era liberdade passa a se tornar uma prisão, afinal, quantas vezes nos encontramos presos em financiamentos eternos para pagar aquele carro que sonhamos, aquela tv de ultima geração ou aquele celular que acabou de ser lançado?
Talvez você esteja pensando agora: não tenho esse tipo de necessidade!
Mas será que você nunca sentiu uma cobrança interna para atender as expectativas de outros? Pode ser que seus pais tenham expectativas a respeito de sua profissão, família, situação financeira ou você como um pai ou mãe que corre para atender a expectativa de seus filhos e/ou companheiros.
O fato é que todas essas demandas e expectativas diárias podem estar relacionadas com a persona, termo que Jung explica da seguinte forma:

A palavra persona é realmente uma expressão muito apropriada, porquanto designava originalmente a máscara usada pelo ator, assinalando o papel que este ia desempenhar na peça.

Ou seja, as personas são os papéis que usamos diante do coletivo, porém muitas vezes, partes da nossa personalidade são reprimidas. 
Segundo Jung :

[…]ela é uma simples máscara da psique coletiva, máscara que aparenta uma individualidade, procurando convencer aos outros e a si mesma que é individual, quando na realidade não passa de um papel ou desempenho através do qual fala a psique coletiva.[…] no fundo a persona nada tem de “real”. Ela é um compromisso entre o individuo e a sociedade acerca daquilo que “alguém parece ser”: nome, título, função e isto ou aquilo. De certo modo, tais dados são reais; mas, em relação à individualidade essencial da pessoa, representam algo de secundário, apenas uma imagem de compromisso na qual os outros podem ter uma quota maior do que a do individuo em questão.

Então a busca da liberdade que podemos empreender nesta vida não se encontra relacionada com demandas objetivas como o melhor emprego, o melhor carro, a namorada mais bonita ou se tornar a pessoa mais querida do trabalho – claro que todos queremos reconhecimento -, mas sim com a liberdade de poder se tornar alguém mais completo, mais consciente de si e do outro.
E se você estiver pronto para essa tarefa, faça algumas perguntas para si antes de dormir, questione sobre você mesmo, sobre seus desejos, sobre seus medos e todas as expectativas que assumiu como suas, talvez você possa se libertar do papel nunca foi seu, talvez por de trás das máscaras você possa entrar alguém muito mais livre, sem peso e pronto para ser feliz e poder se realizar !
Daniel Gomes
psicoterapeuta junguiano
daniel@conhecendojung.com.br

referencias
JUNG, Carl Gustav. 2011b. O eu e o inconsciente.

COMPARTILHAR

Leave Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.