Dentro do caminho que é percorrido na terapia analítica, podemos entender o processo de individuação como um dos mais importantes, pois a individuação é a busca da totalidade, Jung (JUNG, 2012c p. 274), “usa o termo “individuação” no sentido do processo que gera um “indivuduum” psicológico, uma unidade indivisível, um todo”. Em uma definição mais completa Jung explica que:A individuação, em geral, é o processo de formação e particularização do ser individual e, em especial, é o desenvolvimento do individuo psicológico como ser distinto do conjunto, da psicologia coletiva. É, portanto um processo de diferenciação que objetiva o desenvolvimento da personalidade individual. (JUNG, 2012d p. 467)
Uma vez que o individuo não é um ser único, mas pressupõe também um relacionamento coletivo para sua existência, também o processo de individuação não o leva ao isolamento, mas a um relacionamento coletivo mais intenso e mais abrangente. (JUNG, 2012d p. 468)
À medida em que a sombra representa a figura mais próxima da consciência e a menos explosiva, ela constitui também aquele aspecto da personalidade que, na análise do inconsciente, é o primeiro a manifestar-se. Sua figura aparece no início do caminho da individuação, em parte ameaçadora, em parte ridícula. (JUNG, 2012c p. 266)
O processo de individuação é um processo de diferenciação: a peculiaridade, a natureza única de uma pessoa devem se exprimir. Um componente indispensável disso é autoaceitação, juntamente com as respectivas possibilidades e dificuldades […] A aceitação de si mesmo, das possibilidades e dificuldades, é uma virtude básica a ser concretizada no processo de individuação. (KAST, 2013 p. 10)
A colaboração do inconsciente é sábia e orientada para a meta, e mesmo quando se comporta em oposição à consciência, sua expressão é sempre compensatória de um modo inteligente, como se estivesse tentando recuperar o equilíbrio perdido. (Jung, 2012c p. 275)
A importância do analista ou psicoterapeuta no processo analítico.
O analista talvez seja o único ponto de equilíbrio que o analisando pode encontrar no inicio de sua análise quando este último, se encontra envolvido em meio as projeções, transferências e sombras escondidos por trás dos sentimentos e sensações mais desagradáveis. Ser o espelho menos distorcido possível para o analisando sem que o próprio profissional se perca de si mesmo, é o grande desafio, pois exige muito mais do próprio analista a autoconsciência de que ele próprio não pode se ausentar do seu processo de individuação.
